O xamanismo é a mais antiga prática religiosa da humanidade. Ele está presente em diversas tradições, como as etnias siberianas, do lamaísmo tibetano e dos aborígines de vários continentes.
O xamã é um místico das religiões, que entra em contato com o universo das entidades invisíveis (deuses, espíritos, elementais etc.) num transe denominado pela ciência moderna de “estado alterado de consciência”.
O transe é obtido pelo toque de tambores e sinos ou com o auxílio de drogas alucinógenas (ahuasca, mescal e tintura de tabaco).
O xamã atua quando os curandeiros e sacerdotes não conseguiram resolver problemas. Em estado de transe faz uma viagem ao mundo “de lá”, onde realiza curas, diagnostica problemas, além de reelaborar e reforçar mitos de sua tradição.
O purismo do xamanismo ainda é praticado na Sibéria, onde se manteve preservado pelo isolamento da região, que inclusive tem uma faculdade privada a de Irina Urbanaieva, que planeja cursos sobre xamanismo para estudiosos e praticantes.
O trabalho do xamã é trazer a força do macrocosmo para agir no microcosmo do ser humano. Isso só é possível quando o corpo do xamã está em equilíbrio com o corpo cósmico. Se o equilíbrio se rompe, o xamã perde o contato. Daí ser tão difícil encontrar hoje xamãs como os de antigamente - xamãs que eram capazes de realizar façanhas incríveis só com a força do olhar. A mentira, o roubo, os vícios trazidos pela chamada civilização, são todos eles, fatores de desequilíbrio.
Também os maus hábitos alimentares que foram impostos aos índios prejudicam a ligação com a força cósmica. Particularmente ruins são o álcool, o açúcar e o sal. A alimentação tradicional dos xamãs consistia basicamente de mel, frutas, peixes, poucas aves, caça e milho (considerado por muitos alimento sagrado).
Outra substância sagrada é o tabaco, cuja fumaça limpa a aura e ajuda a ativar os pontos vitais. A sabedoria tradicional dos xamãs reconhece, no corpo humano, a existência de pontos vitais idênticos aos chacras da ioga indiana. Os maus hábitos alimentares prejudicam a função desses pontos, tornando nossa matéria muito mais densa. A iniciação do xamã normalmente começa na infância, mas também pode ser muito mais tarde, nada impede que se torne xamã aos 50 anos.
O xamã pode ser homem ou mulher, é o poeta, o mágico, o curandeiro, o conselheiro, o líder espiritual, o contador de histórias etc. Sua principal especialidade está ligada aos processos de cura tanto no plano físico como também ao mental, emocional e espiritual.
Os xamãs são os verdadeiros guardiões da Mãe Terra. Honram a tudo o que tem vida, trabalham com símbolos naturais do seu inconsciente e aprendem a interpretá-los para superar obstáculos. Nunca estão sozinhos, sempre estão acompanhados do seu espirito guardião animal, e seus espíritos auxiliares.
O xamanismo é a célula-máter de todos os processos atuais da chamada Nova Era, que, na realidade de novo só tem o nome, pois o que temos feito é buscar respostas nas práticas ancestrais. O respeito pela ecologia e pelas condições ambientais, o reconhecimento do sagrado, a necessidade de expandir a consciência, a importância da vida espiritual é nossa linha filosófica.
O xamanismo vem resgatar a profunda conexão do homem com a Terra, à honrar todas as formas de vida, pois onde há vida, está DEUS.
Oreste Portaleoni é terapeuta holístico e radiestesista.
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