A mecânica quântica é a parte da física que tem revelado ao mundo científico as antigas verdades espirituais. É dentro do domínio da física quântica, estudando as partículas sub-atômicas, que a realidade não-material se revela aos olhos dos cientistas. Para alguns, inclusive, as fronteiras estão cada vez menos nítidas. Amit Goswami é um desses. Professor de física na Universidade do Oregon e doutor em residência no Instituto de Ciências Abstratas em Sausalito, CA, Goswami é um indiano radicado nos Estados Unidos que sustenta ser a consciência a criadora da realidade física. Ou seja, algo só existe no plano material porque foi criado, primeiramente, em outros planos. "Os corpos são criados a cada momento pelas escolhas que são feitas", afirma ele . "Literalmente, seu dedão do pé não está lá até que você pense nele".

Pode parecer meio radical para os materialistas. Mas Goswami está absolutamente convencido. A ponto de afirmar que a cura das doenças, de qualquer doença, é possível no plano da consciência. É o que ele chama de cura quântica. Através desse mecanismo, um câncer pode ser curado pelo pensamento. "Um câncer escondido no corpo não é ainda um fato concreto, material. Sendo assim, podemos cura-lo". A idéia tem estreita relação com o princípio, por exemplo, da homeopatia ou dos florais de Bach. Para essas disciplinas, a doença aparece muito antes de se manifestar no corpo físico. A doença, como a entendemos, começaria no plano emocional, psicológico, nos corpos mais sutis do homem. Sendo assim, nada nos impediria de curá-la antes mesmo que se manifeste fisicamente. É como se existisse um corpo, que Goswami chama de vital, que formaria o mapa do corpo físico. "Os chakras são os lugares onde as formas se criam. A física quântica está dizendo que podemos confiar na medicina dos chakras. É aí que a medicina oriental e a ocidental se encontram".

Goswami defende que a mente pode alterar a matéria, porque partem de uma mesma essência. A consciência do observador é a mesma do objeto observado - e ambas são a mesma consciência que é a origem de tudo. Lembram do filme The Matrix, quando o menino budista entortava a colher? "Não existe colher", ele diz. O que precisa ser entortado é a mente. É mais ou menos isso que afirma Goswami.

O princípio da não-localidade é importante para entender as idéias expostas por Goswami. A consciência não-local é aquela que permeia tudo, não está contida em lugar algum. Através da consciência não-local é que se pode perceber a conexão entre todas as coisas do Universo. É como se, por trás da realidade material que observamos, existisse uma matriz, um molde de tudo que é criado. Esse molde permeia tudo que existe, e é através dele que tudo está conectado.

"O pensamento de Goswami pode ser enquadrado na idéia do idealismo monístico, uma posição filosófica que já foi considerada pré-científica porque existia antes do advento do materialismo dualista - que representa o atual ponto de vista científico. O materialismo dualista assume que a matéria é a realidade primária, e que a mente é separada dela, porém dependente ao mesmo tempo. Nessa visão, a mente é algo secundário, um fenômeno que está presente apenas em cérebros. O idealismo monístico inverte essa posição. Por esse ponto de vista (que pode ser traçado a Platão, no ocidente, e ao hinduísmo e budismo no oriente), existe apenas uma mente - que é a realidade primária. A matéria é uma expressão da mente, e não separada da mente: mente manifestada materialmente. A visão expressada pelo m ístico Edgar Cayce é um exemplo perfeito de idealismo monístico. A fórmula de Cayce, por exemplo (O Espírito é a Vida, a Mente é o Construtor, a Matéria é o Resultado), confere à consciência um papel muito criativo na manifestação do mundo material"

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