Florais para a Adolescência e Juventude


Inspiração:
“Pensemos no grande mandamento: “Ama a Deus e a teu próximo.”Desenvolvamos nossa individualidade, para que possamos alcançar a completa liberdade e servir a Divindade interior, e apenas a ela. Sejamos capazes de dar absoluta liberdade a todas as pessoas, servindo-as dentro de nossas possibilidades, de acordo com os ditames de nossas Almas, sempre lembrando que conforme aumenta nossa própria
liberdade, aumenta também nossa capacidade de servir aos nossos irmãos”.
(Dr. Edward Bach – A terapia Floral, escritos selecionados de
Edward Bach – ed. Ground, 3ª. Edição).

Desenvolver nossa individualidade enquanto aprendemos a amar a Deus e ao nosso próximo, tornando-nos livres para melhor servir é a lição máxima que a vida na Terra ensina, e todas as experiências vividas neste planeta Terra contribuem para
isso; atentando para o fato de que só desenvolvemos integralmente nossa individualidade quando o amor por nós mesmos é amplamente desenvolvido.
E a Terapia Floral oferece, através do uso das essências florais, uma contribuição bastante efetiva nesta jornada de alma que aqui viemos fazer.

A adolescência e a juventude nos dias de hoje:
A cultura ocidental instituiu que a fase mais importante da existência de um ser humano, seu ápice, ocorre quando se chega à vida adulta.
Deste ponto de vista considera-se completa uma vida que passou por todos os estágios chegando à morte na velhice e que, durante sua vida adulta, obteve status, sucesso, conquistou muitos bens materiais e manteve a sua aparência
mais jovem o máximo de tempo possível.
Sob essa ótica, a adolescência e a juventude têm sua importância apenas em seu papel de ponte ou transição entre a infância e a vida adulta, e é tida mais como uma fase problemática do que produtiva ou construtiva.

Necessidade de um novo paradigma:
Mas, parece-me mais acertado entender que completa é a vida daquele que esteve plenamente em contato com sua individualidade, que dentro de cada fase vivida amou a si e aos que estavam ao seu redor, usou seus recursos mentais e
emocionais, físicos e psicológicos, espirituais, criativos, mediúnicos e intuitivos dentro de suas possibilidades, aceitando suas limitações trabalhando-as.
“A vida é a grande realização da nossa alma e não importa o quanto vivemos, mas a qualidade daquilo que somos”, ensina Antonio Gonçalves da Silva Batuíra.
E eu já vi vidas plenas, completas e muito breves em seu tempo na terra.
Sim, eu já vi o amor se expressando de tantas formas, plenas e belas, seja no momento final de vida de uma idosa, ou num bebê lindo e saudável; eu já vi o amor no rosto de uma mãe pedinte de rua e nos olhos de um adolescente que se descobre, eu vi e senti o amor nos abraços de um menino deficiente mental e no sorriso breve de uma menininha sindrômica em fase terminal internada em UTI hospitalar.

Como dizer que estas vidas não são plenas e completas e que não atingiram seu ápice, só porque não correspondem ao padrão de completude que a sociedade contemporânea ocidental instituiu?
Completa é a vida daquele que esteve vivendo intensamente sua vida da melhor maneira possível, amorosamente, no agora, esteja ele na adolescência, na infância, na fase adulta, na terceira idade... Toda a vida humana é transitória, temporária, impermanente, esteja ela na fase que estiver.
Todos os estágios da vida passam, inclusive a vida adulta, todas as fases, dessa forma, são pontes entre a anterior e a posterior, e todas são preciosas.

Cada fase é a fundação da fase seguinte, e quando ela passa não deixa de existir totalmente, pois, integra-se à forma posterior.
Assim, cada etapa da vida encerra lições e aprendizagens necessárias ao nosso desenvolvimento espiritual, mental, físico e emocional e dentro deste contexto a vida pode ser completa e plena ao aproveitarmos as experiências integralmente.
Desta forma a adolescência e a juventude não devem ser vistas apenas como uma fase de transição, sem tanta importância, elas são uma fase da vida que encerra importantes lições a serem aprendidas e onde a completude pode ser vivenciada.

A adolescência:
A personalidade do adolescente está em ebulição, bem como seu corpo em crescimento, seus hormônios estão florescendo, antigas conexões neurais são desfeitas e novas são criadas.
Tudo está se transformando nessa fase. E que bom seria se aprendêssemos direitinho durante a adolescência que podemos mudar sempre que precisarmos, que bom seria se aprendêssemos, nessa fase, a capacidade de nos adaptar às transformações da vida, e carregar esses aprendizados para o resto de nossas
vidas.
Hoje temos a tendência de ver a adolescência como um período só de turbulências, mas nem tudo é só problema ou stress, ela também é a fase da possibilidade da utilização de alguns potenciais positivos como o idealismo, a esperança, a
inspiração e a paixão, e estas quatro forças quando bem canalizadas, através de uma boa auto-estima e da criatividade, podem ser muito produtivas para o
fortalecimento do senso de identidade e também para o fortalecimento da sociedade.
A adolescência é a fase do caos (do ponto de vista do caos como o retorno do sagrado, da possibilidade da vivência do Divino), da criatividade, da possibilidade de se reinventar, é o momento para aprender a criar, recriar, ter ou manter a
autenticidade, na medida em que o adolescente se alinha com a expressão de seu Eu Divino - amoroso - que é tão único quanto belo.

O Papel da Terapia Floral:
O papel da Terapia Floral é o de ajudar o jovem e o adolescente a fazer uma ponte de ligação com seu Eu Superior, auxiliando-o a passar por tantas transformações sem tanto stress, aprendendo como lidar com as pressões e expectativas,
desenvolvendo a força e a disposição para encarar seu crescimento.
As essências florais podem auxiliar a que eles resgatem suas almas, o senso de identidade, sua criatividade (via de regra massacrada pelos deveres escolares, pela cultura, pela mídia ou pelas pressões vindas dos grupos), restaurando a auto-
estima, facilitando o ancoramento de suas mentes e emoções no agora, ampliando a percepção da vida e a capacidade de aprender com as experiências vividas, posicionando suas almas e suas qualidades no tempo presente, ajudando-os a terem consideração para com o futuro seguindo seus propósitos de alma, além de expandir a capacidade de experienciar o momento de forma plena integrando-o em si, da melhor maneira possível.

Analise de casos:
Analisando 20% dos casos atendidos por mim em meu consultório, entre 1998 e 2004, dentre as faixas etárias de 11 e 23 anos, encontrei alguns dados relevantes, e dentre eles:

- Queixas recorrentes: tristeza, crise existencial, sentimento de abandono, questões e dúvidas quanto à sexualidade, brigas e agressividade, revolta, desentendimento com namorado (a) ou com os pais ou com aqueles que são os
responsáveis legais, falta de autoconfiança, ansiedade, stress, irritabilidade, agitação, luto, falta de concentração, dificuldades escolares, falta de criatividade,
sentimento de ser incapaz de alcançar uma meta específica, desorganização e confusão, mágoas, saudade de algo ou de alguém, medo de crescer, mau humor, dúvidas sobre a direção (profissão) a seguir; este item ocorre mais a partir dos 16
anos.

- O uso das essências florais ajudou estes jovens a se sentirem mais felizes, menos estressados, menos suscetíveis às pressões externas; houve em todos os casos melhora do humor, havendo reflexo positivo nas relações de forma geral.

- 100% deste grupo de jovens tratados com florais, entre 19 e 23 anos de idade, definiram com mais clareza seus propósitos e metas, assumindo mais responsabilidades, com tranqüilidade.

- A partir de poucos meses de tratamento já era possível notar melhora na agressividade, na irritabilidade, na criatividade e na auto-estima, com mudanças positivas no tom de voz, na forma de se expressar, no brilho dos olhos, na
risada espontânea, na escolha da vestimenta, e nos relatos sobre suas vidas.

- Em todos esses casos analisados houve diminuição importante da ansiedade e do stress, e um aumento da capacidade de lidar com a pressão da vida, especialmente após o uso de essências florais para a auto-estima e para o perdão ou autoperdão.

- Em todos os casos que apresentavam dificuldade de concentração ou de aprendizagem houve uma supressão dos sintomas.

- Distúrbios físicos como dores de cabeça, rinite, gripes constantes, cólicas menstruais e alergias de pele diminuíram ou desapareceram após poucos meses de uso das essências florais para tratar a auto-estima, as mágoas e raivas, o
ancoramento, a proteção e a sensibilidade.

- Após um tratamento um pouco mais longo, de mais de um ano, por exemplo, temas como percepção da necessidade de incluir Deus em suas vidas ou querer passar a se sentir mais útil, começam a aparecer.

- É visível também a melhora do senso de identidade, a diminuição da carência afetiva, o resgate da convivência mais harmônica em família, tornando-se estes jovens mais autênticos ao longo do tratamento.

Conclusão:
As essências florais podem e devem ser incluídas na vida do adolescente e do jovem como instrumento ao mesmo tempo de apoio e de cura profunda para suas almas em desenvolvimento nesta fase específica da vida humana, ajudando-os a se sentir aptos, ainda que se percebam em fase de crescimento, sem se
impacientarem, para que possam celebrar a vida com amorosidade, vigor, e alegria.

Quero relatar uma rápida passagem de um caso onde se pode ver como o uso dos florais mobiliza as forças da alma a assumirem o comando, melhorando a qualidade de vida do adolescente e este fato refletindo na qualidade de vida de quem está ao seu redor.

Esta é a história de uma menina que desde os quatro anos de idade usa os florais.
Ao entrar na pré-adolescência mostrou-se muito tímida, reservada, às vezes ficava deprimida, tinha dificuldades para encarar as pessoas nos olhos, ela também não expressava muito sua opinião fora de seu lar.
Muitas essências foram usadas ao longo destes muitos anos.
Mas uma essência específica a Prickly Wild Rose (Do Alaska) foi especialmente utilizada por essa garota, que hoje é uma adolescente de 15 anos.
Recentemente ela viveu a seguinte situação, narrada para mim por uma terceira pessoa. Ela estava num consultório esperando ser atendida, e a secretária do consultório estava muito abalada com uma notícia de doença muito grave em sua família, o que a impossibilitava de se concentrar no trabalho. De repente essa pessoa sentiu que alguém a estava olhando, levantou a cabeça e viu a adolescente olhando para ela e mantendo seu olhar, que expressava imensa bondade. A secretária disse ter melhorado naquele exato momento: a bondade da adolescente consolou e confortou seu coração.
A Prickly Wild Rose não ensinou bondade a essa adolescente, isso ela aprendeu de si mesma, a Prickly Wild Rose ensinou-a a ter coragem de ser o amor agora, de fazer a escolha, e de encarar o rosto de quem sofre, tomada dessa bondade que o
amor confere. A Prickly Wild Rose ajudou-a a fortalecer essa eficiência da expressão desse seu amor que pode curar.
Hoje a garota está envolvida com trabalhos voluntários em creche, e também com projetos de cuidados com o meio-ambiente. Cada vez mais expressa sua opinião, sempre de forma firme e gentil.

Que as flores abençoem nossos trabalhos de terapeutas e ajudem-nos a entender essas almas que habitam esses corpos tão jovens, auxiliando-os a expressarem sua singularidade de forma amorosa, cada vez mais, mais e mais.
Obrigada!

Palestra proferida por Thais Accioly, em 22 de agosto de
2004, na cidade de São Paulo, no Encontro Nacional de Terapia
Floral Atuando no Mundo como Terapeuta Floral.

Thais Accioly é Terapeuta floral, especialista em essências
florais pela Escola de Enfermagem da USP.

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