Instituto australiano faz sucesso ensinando a ser feliz
Por Miranda Maxwell
SYDNEY,
Austrália (Reuters) - Você não precisa de milhões
de dólares para ser feliz. No Instituto Felicidade, na Austrália,
pode-se atingir essa meta com algumas centenas de dólares.
Desde
que o instituto abriu suas portas neste ano, homens e mulheres de
todas as idades pagam cerca de 200 dólares australianos (140
dólares norte-americanos) por hora para ter lições
sobre como se sentir bem.
Empresas
estão gastando até 6.000 dólares australianos
em workshops que duram parte do dia e que pretendem ensinar aos funcionários
como ser feliz.
"Podemos,
na verdade, aumentar nossos níveis de felicidade. É
isso o que ensinamos", disse Timothy Sharp, fundador do instituto,
que também oferece sessões em grupo por 30 dólares
australianos por pessoa.
"Pegamos
as pessoas do zero e tentamos tirar do vermelho sua conta bancária
da felicidade. A gente não precisa se satisfazer com o que
está OK. Um saldo zero é OK. A gente pode ter muito
mais", afirmou Sharp à Reuters.
Segundo
especialistas, apenas 15 por cento da felicidade advêm da renda,
dos bens e de outros fatores financeiros. Cerca de 90 por cento dela
advêm de elementos como a atitude, o controle sobre a vida e
as relações pessoais.
"Se
você não tiver traquejo em nenhum dessas áreas,
podemos ensiná-lo a se sair muito melhor nelas", afirmou
Sharp.
O
Instituto Felicidade é parte do que o economista norte-americano
Paul Zane Pilzer chamou de a "Revolução do Bem-Estar".
No
livro que escreveu, com esse mesmo título, Pilzer diz que a
próxima indústria mundial a atingir a casa dos trilhões
de dólares (depois da automobilística e da indústria
da informação) será a das empresas que ajudam
as pessoas a encontrar a paz, a saúde e a felicidade.
NECESSIDADES
BÁSICAS
Apesar
de a maior parte das pessoas melhorar de vida financeiramente quando
comparadas com os pais e avós, os níveis de felicidade
não mudam.
Estudos
mostram que, uma vez atendidas as necessidades básicas de moradia
e alimentação, os confortos materiais adicionais contribuem
pouco para aumentar a felicidade.
"Essa
não é definitivamente uma garantia. A diferença
entre alguém que ganha 30 mil dólares por ano de uma
pessoa que ganha 300 mil dólares por ano é, na verdade,
muito pequena. Várias pessoas ficam surpresas ao ouvir isso",
disse Sharp.
Craig
Barber, gerente geral de um hotel de Sydney, participou de cinco sessões
individuais no Instituto da Felicidade e organizou uma série
de sessões em grupo com Sharp para seus funcionários.
"A
gente podia ouvir uma agulha caindo no chão. A cada intervalo,
eu andava pelas mesas e não havia ninguém se distraindo.
Eles prestaram muita atenção em tudo", afirmou
Barber sobre seus funcionários.
Entre
os dez principais fatores responsáveis pela felicidade, ao
lado do sono e de exercícios físicos, estava o sexo.
Uma
pesquisa de 2003 com mil mulheres descobriu que o sexo estava entre
os principais fatores de felicidade. Usar o transporte público
estava entre as atividades menos prazerosas.
Os
cientistas dizem também que um dos motivos pelos quais as pessoas
tendem a acumular mais dinheiro sem que isso traga felicidade é
porque elas se comparam com pessoas mais ricas do que elas.
"Dizemos
então: se você quiser ser feliz, faça uma coisa
bastante simples -- compare-se com as pessoas que ganham menos do
que você, as pessoas que são mais pobres, que têm
carros menores, casas menores", afirmou Sharp.
"As
pessoas costumam fazer o contrário e essa é uma das
causas da frustração e da ansiedade", disse.
Fonte:http://www.msn.com.br/noticia/noticia/default.asp?id=2004-06-29T154510Z_01_B235242_RTRIDST_0_MUNDO-AUSTRALIA-FELICIDADE-POL