Alimentos Funcionais

Parte I - Efeito Antioxidante

Como funcional considera-se todo alimento que, além do seu valor nutritivo, tenha algum impacto positivo sobre a saúde do indivíduo, ou seja, contenha componentes que afetam positivamente uma ou mais funções orgânicas específicas. Também podem ser considerados como funcionais os alimentos onde se excluiu, por meio de tecnologia, algum componente nocivo que poderia estar presente.

Os efeitos positivos podem estar relacionados ao aumento da defesa orgânica, prevenção ou recuperação de doença específica, controle das condições físicas e mentais ou redução do ritmo de envelhecimento.

O alimento funcional deve ser consumido como parte da alimentação diária, em quantidades habituais de consumo, não podendo se estender esse conceito a cápsulas, tabletes e pós. Embora se possa considerar alguns derivados de ingredientes naturais (exemplo: aminoácidos). Assim sendo, alimentos considerados funcionais não podem ser ingeridos na forma de cápsulas e similares, mas como alimento de fato, parte integrante das refeições diárias.

Entre as várias funções atribuídas aos alimentos funcionais, destaca-se o papel antioxidante, que pode ser entendido como a propriedade que alguns alimentos têm de prevenir determinadas doenças ou retardar processos degenerativos, principalmente em grupos populacionais específicos, como gestantes, recém-nascidos, idosos e esportistas. São vários os nutrientes, presentes nos alimentos, que têm essa ação no organismo, tais como as vitaminas C e E, carotenóides (precursores da vitamina A), isoflavonas, etc.

Exemplos de alimentos funcionais de acordo com tipo de nutriente

Vitamina C (um dos mais poderosos antioxidantes) encontrado em frutas, principalmente nas de cor vermelha, vegetais folhosos e legumes. Boa parte da vitamina C presente nos alimentos é perdida durante o cozimento. Por isso, é importante consumir vegetais crus diariamente.
Vitamina E: encontrada em óleos vegetais (milho, soja, girassol, etc), gérmen de trigo, nozes, amendoim e castanhas em geral.
Carotenóides: são corantes naturais de grande ação antioxidante, amplamente distribuídos entre os vegetais. As melhores fontes são a cenoura, o tomate, o espinafre e o milho.
Flavonóides: presentes em algumas frutas e bebidas, como chá, vinho e cerveja. Muitos são pigmentos presentes nas cascas de legumes e frutas, como a antocianina presente na berinjela, na beterraba, no morango, na ameixa e na cereja. Também se encontram isoflavonas na pele de frutas e hortaliças em geral, nas ervas aromáticas, no alho, na cebola e no milho. Nesse grupo, encontram-se as isoflavonas presentes em algumas leguminosas como a soja, e que têm atividade estrogênica, ou seja, atuam de forma semelhante ao hormônio estrogênio no organismo (recomenda-se um consumo de 30g de soja em grão por dia para esse efeito).
Alimentos como carnes, leite, ovos, peixes, nozes e frutos do mar, podem conter enzimas e cofatores de enzimas com função antioxidante, assim como a Ubiquinona (Coenzima Q10), que tem a função de proteger membranas celulares e regenerar a vitamina E (a Ubiquinona é encontrada em peixes, nozes, óleos vegetais e carnes).

Os alimentos funcionais, com ação antioxidante, têm sido alvo de muitos estudos atualmente, existindo já muitas evidências quanto à possibilidade dos mesmos de prevenir doenças crônicas ou retardar processos degenerativos. Porém, as dosagens de cada nutriente de acordo com o efeito antioxidante de cada um ainda não estão devidamente estabelecidas.

Sabe-se, entretanto, que as quantidades necessárias para se atingir o efeito protetor estariam acima das recomendações nutricionais, ou seja, seria necessário se estabelecer a “dose funcional” de cada um dos nutrientes. Considera-se, também, que essas doses deveriam ser atingidas através da alimentação normal, utilizando-se os alimentos nas quantidades necessárias para se atingir essa recomendação, e não através da utilização de cápsulas ou pós.

Têm sido sugeridas as seguintes doses funcionais para alguns nutrientes, as quais podem variar de acordo com as necessidades específicas de cada organismo e com o objetivo esperado para cada nutriente:

Vitamina E: ingestão de 23 a 100mg/ dia para se conseguir o efeito protetor desejado.
Vitamina C: doses de, pelo menos 150mg/dia, para o efeito esperado.
Carotenóides: doses diárias de 4 mg.
Em uma alimentação balanceada, rica em vegetais de vários tipos, cereais e leguminosas, tendo quantidades adequadas de carnes, leite e derivados, com uso de óleos vegetais e com acréscimo de produtos como gérmen de trigo ou mesmo castanhas e nozes, essas recomendações podem ser atingidas sem a necessidade de suplementos.

Muitas outras funções são citadas para os alimentos funcionais, entre elas o papel dos mesmos na prevenção das doenças cardiovasculares, de vários tipos de câncer e das doenças da visão, o que será tema da segunda parte desse artigo.

Alimentos funcionais - Parte II

Entre as propriedades normalmente atribuídas aos alimentos funcionais, tem sido muito citada a ação dos mesmos na prevenção das doenças cardíacas. A ocorrência das doenças cardíacas está muito relacionada, conforme muito estudos já provaram, a um alto consumo de gorduras saturadas (gordura de origem animal), que trazem consigo grande quantidade de colesterol.

A elevação dos níveis sanguíneos de colesterol aumenta a probabilidade de desenvolvimento de doenças cardíacas. Uma alta concentração no sangue de HDL (o chamado “bom colesterol”) é um fator de proteção contra doenças cardíacas, enquanto uma elevação do LDL (o chamado “mau colesterol”) é um grande fator de risco para essas mesmas doenças.

As moléculas de gordura são constituídas por substâncias chamadas “ácidos graxos”. O tipo de ácido graxo que forma a molécula de gordura determina o comportamento da mesma no organismo e, conseqüentemente, maior ou menor risco para a saúde.

O consumo de alguns alimentos funcionais mostra benefícios potenciais para a prevenção e o tratamento de doenças cardiovasculares. Entre esses alimentos, podemos citar: soja, aveia, linhaça, alho, chá preto e verde, peixes, uvas, nozes e margarina enriquecida com éster estanol e éster esterol. O papel desses alimentos na prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares está relacionado à capacidade dos mesmos em reduzir os níveis de gordura no sangue, além de diminuir a formação de placas, varrendo os radicais livres e inibindo a agregação plaquetária.

Proteína de soja
A eficácia da proteína de soja na redução do risco de doença cardíaca coronariana tem sido confirmada através de diversos estudos. Embora ainda não se tenha certeza de quais componentes bioativos presentes na soja sejam os responsáveis por essa função, acredita-se que os aminoácidos, peptídeos, fibras e isoflavonas presentes na soja os responsáveis por esse papel protetor.

Quanto às isoflavonas, seu efeito tem sido atribuído à similaridade estrutural com os estrógenos dos mamíferos, os quais são capazes de reduzir os níveis de LDL (mau colesterol) e aumentar os níveis de HDL (o bom colesterol). Porém, estudos mostraram que as isoflavonas isoladas não têm esse efeito protetor, o que sugere que a associação das mesmas com outros componentes presentes na soja é que daria o efeito esperado.

O nível diário recomendado de consumo de proteína de soja para esse fim é de 25g/dia, o que corresponde a 6 colheres de sopa de leite de soja em pó ou 180g do grão cozido ou 190g da carne de soja preparada.

Fibra de Aveia
O efeito das fibras solúveis, como a fibra da aveia, na redução dos níveis de colesterol do sangue já é conhecido há bastante tempo. Esse efeito tem sido atribuído à capacidade da fibra de aveia em reduzir a absorção de colesterol ou de reduzir a absorção da gordura. Novos estudos demonstraram que a fibra da aveia tem também a capacidade de prevenir a constrição das artérias, um dos primeiros indícios de doença cardíaca, quando ingerida junto a uma refeição rica em gorduras.

Linhaça
A linhaça tem sido alvo de novos estudos no campo da prevenção de doenças cardíacas, uma vez que esta é uma fonte importante de dois elementos fundamentais na prevenção de tais doenças: o ácido a-linolênico, um ácido do tipo omega-3, e as lignanas, uma classe primária de fito-estrogênios. O teor do ácido a-linolênico na linhaça é maior do que em qualquer outra semente oleaginosa conhecida.

Quanto às lignanas, sua ação tem sido mais relacionada à prevenção do câncer. Estudos recentes têm procurado demonstrar o efeito da fibra linhaça em reduzir os níveis de colesterol no sangue, o que parece ser superior ao efeito de outras fibras vegetais, como a do farelo de trigo e da semente de girassol. Em alguns países, como Nova Zelândia, Austrália e no Reino Unido, pão enriquecido com linhaça tem sido utilizado com essa intenção. Embora alguns estudos já tenham demonstrado esse efeito, ainda não se sabe, com certeza, quais os componentes presentes na linhaça que seriam os responsáveis por esse efeito.

Alho
Outro alimento comumente associado à redução dos níveis de colesterol é o alho, do qual ainda não se conseguiu comprovar o efeito cientificamente. Ao que parece, a forma de condução desses estudos, com a utilização do alho de forma diferente da consumida normalmente pelos indivíduos, dificulta a análise dos resultados. Assim, ainda não se pode afirmar que o efeito exista ou não, com base nos estudos conduzidos até então.

Chás
Os chás, verde ou preto, também têm sido alvo de pesquisas sobre a redução dos níveis de colesterol no sangue. Nos chás, encontram-se compostos fenólicos, flavandióis, flavonóides, ácidos fenólicos e flavonóis, os quais têm sido relacionados a um potencial efeito anticancerígeno. Recentemente, tem se procurado identificar efeitos desses mesmos compostos na proteção de doenças cardíacas, o que já foi demonstrado em algumas pesquisas.

Um estudo mais recente descobriu que o chá também pode prevenir arteriosclerose da aorta, ou seja, evitar a formação de placas calcificadas na aorta. Os efeitos benéficos do consumo do chá sobre a saúde do coração podem ser causados por vários tipos de ação, incluindo a inibição da oxidação do LDL, o que ainda necessita de mais estudos para comprovação.

Nozes
Os benefícios da ingestão de nozes e castanhas para a saúde do coração têm sido estudados desde o início dos anos 90. Outros frutos secos também têm merecido atenção, como amêndoas, macadâmias, pistácios, pecãs e avelãs. O efeito estaria ligado a uma possível redução significativa no colesterol total e na fração LDL. Estudos clínicos comprovaram que o consumo de nozes traz um efeito protetor sobre o coração (redução do colesterol total e do LDL). Os mesmos estudos não encontraram mudanças nos teores de HDL (o “bom” colesterol) ou nos triglicérides, o que mostra que o consumo desses produtos tem efeito apenas sobre a redução do colesterol.

Uvas e suco de uvas
Sempre despertou interesse no meio científico o fato de que os franceses, embora consumam muita gordura, apresentem a menor taxa de incidência de doenças coronarianas entre os povos ocidentais. Estudando-se a relação entre o consumo de vinho e uma redução no risco de doenças cardíacas, pesquisadores encontraram uma correlação negativa entre o consumo de vinho e uma redução no risco de doenças cardiovasculares, em homens e mulheres de 18 países, ou seja, o maior consumo de vinho estava relacionado ao menor número de mortes por essas doenças.

O efeito é atribuído, em parte, às altas concentrações de antioxidantes fenólicos presentes nas uvas, principalmente uvas vermelhas, e que são incorporados ao vinho durante o processo de beneficiamento. As uvas contêm diversos anti-oxidantes, como a catequina, epicatequina, revertrol e proantocianidinas. O efeito dessas substâncias se deve à varredura dos radicais livres, inibição da oxidação das gorduras e da agregação plaquetária, além do efeito de relaxamento dos vasos.

Para quem prefere evitar o consumo de álcool, algumas pesquisas estão surgindo sobre os benefícios das uvas, de vários tipos, para a saúde cardíaca. O suco de uvas comercial é comprovadamente eficaz na inibição da oxidação do LDL, melhorando também a vasodilatação. Assim, o consumo de uvas vermelhas, roxas ou pretas, além do suco feito das mesmas, pode ser uma recomendação prática para a prevenção das doenças cardíacas coronarianas.

Ácidos graxos N-3 de óleos de peixe
A observação de que os esquimós da Groelândia, embora consumindo carne de peixes gordurosos em grande quantidade, apresentam baixos níveis de doenças cardíacas suscitou uma série de estudos sobre a relação entre o consumo de gordura de peixe e a incidência de doenças cardiovasculares.

Peixes gordurosos (salmão, atum, cavala, sardinha e arenque) e seus óleos são as principais fontes de dois ácidos graxos n-3 (ou ômega 3): eicosapaentenóico e docosahaexenóico. Foi sugerido que a redução dos triglicérides é um dos maiores efeitos protetores do óleo de peixe. Os ácidos graxos presentes nesse óleo também reduzem a agregação plaquetária. O consumo moderado de peixe (1 ou 2 porções por semana) tem sido associado à redução da taxa de mortalidade devido a doenças coronarianas e infarto do miocárdio entre homens brancos. Embora ainda não existam resultados incontestáveis, diversos estudos apontam nessa direção, sendo necessário que novas pesquisas sejam realizadas para se confirmar tal afirmação.

Até o momento, não se têm dados suficientes que comprovem que os ácidos graxos n-3, derivados de peixes, possam efetuar uma regressão nas doenças cardíacas já diagnosticadas, ou seja, o efeito seria basicamente o de prevenção. Assim sendo, o consenso atual é de que a ingestão de peixe gorduroso com moderação traz benefícios à saúde do coração. Ácidos graxos poli-insaturados do tipo ômega 3 são encontrados também no óleo de soja e no óleo de canola, sendo igualmente associados à redução do LDL.

Ésteres de esterol e estanol vegetais
Na década de 50 foi identificada, pela primeira vez, a capacidade dos esteróis vegetais (os quais são componentes naturais de gorduras e óleos vegetais) em reduzir o colesterol. Normalmente, o consumo dessas substâncias é maior entre os vegetarianos, estando, porém, deficiente em uma alimentação rica em gordura animal e pobre em gordura vegetal.

A estrutura dos ésteres vegetais e estanóis é semelhante à do colesterol, o que permite que esses compostos concorram com o colesterol no momento em que este está sendo absorvido pelo sistema digestivo, dificultando, assim, a sua absorção. Nenhum efeito colateral foi encontrado, até o momento, relacionado ao consumo dessas substâncias.

Margarina contendo ésteres de estanol foi lançada na Finlândia em 1995. Nesse mesmo ano, um estudo realizado naquele país demonstrou que essa margarina, com ésteres de estanol, pode levar a uma redução significativa no colesterol total e na fração LDL em pessoas com níveis baixos de colesterol. Mais tarde, outros estudos comprovaram a eficácia do produto também em pessoas com níveis elevados de colesterol.

A FDA, órgão que controla os alimentos no mercado dos EUA, após avaliação de todos os estudos realizados, autorizou a afirmação, em produtos alimentícios, de que o consumo de éster de esterol/ éster de estanol pode reduzir o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas coronarianas. Várias margarinas desse tipo existem hoje no mercado de muitos países do mundo, tendo chegado recentemente ao Brasil.

Em conclusão, o efeito de muitos alimentos funcionais na prevenção das doenças cardíacas já está devidamente comprovado, embora ainda sejam necessários novos estudos para a definição das quantidades necessárias a serem consumidas e com que freqüência, para se obter o efeito esperado.

Com o avanço das novas pesquisas na área dos alimentos funcionais, muitas pessoas poderão se beneficiar dos efeitos desses produtos para a sua saúde, prevenindo diversas doenças, entre elas as cardiovasculares, responsáveis por milhares de mortes diariamente em todo o mundo.

Alimentos funcionais - Parte III

Alimento funcional é definido pela Secretaria de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde, como sendo “aquele alimento ou ingrediente que, além das funções nutritivas básicas, quando consumido como parte da dieta usual, produza efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica.”

Segundo também a Vigilância Sanitária, a propriedade funcional atribuída a esses alimentos é aquela relativa à ação metabólica ou fisiológica que a substância (podendo ser nutriente ou não), presente no alimento, tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções normais do organismo humano.

Existe também a atribuição da propriedade de saúde, distinta da anterior, a qual afirma, sugere ou implica a existência de relação entre o alimento ou ingrediente com doença ou condição relacionada á saúde.

Entre os alimentos funcionais, ultimamente estudados, destacam-se os prebióticos e os probióticos. Probióticos são organismos vivos que exercem ação benéfica sobre a saúde quando ingeridos em determinado número; essa ação está relacionada ao equilíbrio da flora intestinal, podendo também ter efeito na redução do colesterol sanguíneo e no controle de diarréias, assim como na redução do risco de desenvolvimento de algumas formas de câncer. Um das formas de atuação dos probióticos é a inibição da proliferação, no intestino, das bactérias patogênicas.

Dentre os probióticos, destacam-se: Lactobacilos acidófilos, casei, bulgárico, lactis, plantarum; Estreptococo termófilo; Enterococus faecium e faecalis; Bifidobactéria bifidus, longus e infantis.

Os probióticos podem ser encontrados em alimentos industrializados, como os leites fermentados, ou na forma de pó ou cápsulas.

Outras ações relacionadas com os probióticos referem-se a um possível aumento da resistência imunológica do organismo, o que ainda está em estudo. Os lactobacilos acidófilo, bulgárico e casei estão relacionados a essa função. Outro efeito possível seria o aumento da digestão da lactose (o açúcar do leite que, quando não digerido por deficiência enzimática, provoca quadro de alergia, com diarréia, cólicas etc.). Essa ação está relacionada aos Lactobacilos, que produzem uma enzima que facilita a digestão da lactose.

Assim sendo, o iogurte, que já pode ser considerado um alimento funcional (o seu baixo teor de lactose o torna possível de ser consumido por pessoas intolerantes à lactose), pode ter sua ação reforçada pela presença das bactérias probióticas.

As substâncias prebióticas são aquelas que promovem o crescimento dos probióticos. Alguns tipos de oligossacarídeos (tipo de amido) têm essa capacidade, como a lactulose e a inulina. O principal benefício dessas substâncias é o fato de só serem aproveitadas pelas bactérias lácteas, favorecendo o crescimento dos organismos probióticos no intestino, em detrimento das demais bactérias (vantagem competitiva).

Os frutooligossacarídeos (FOS) ou oligofrutoses, assim como a inulina, são fibras alimentares que resistem à ação das enzimas salivar e intestinal, chegando íntegras ao cólon (primeira porção do intestino delgado), onde produzem efeitos benéficos sobre a flora bacteriana ali existente.

A inulina é extraída da raiz da Chicória ou pode ser produzida, industrialmente, a partir da sacarose. Os FOS são obtidos a partir da hidrólise da inulina (quebra da molécula); sua produção industrial também é feita a partir da sacarose.

Embora existam outros oligossacarídeos nos alimentos vegetais, até o momento só os FOS e a inulina são considerados prebióticos devido às funções que desempenham no organismo: alterações do trânsito intestinal com redução de metabólicos tóxicos ao organismo; prevenção da diarréia ou da obstipação intestinal (intestino preso) por alteração da flora bacteriana no cólon; redução do risco de câncer (ainda em estudo); redução do colesterol e dos triglicérides; controle da pressão arterial; produção de nutrientes (vitamina B12, por exemplo) e aumento da absorção de minerais.

Os prebióticos apresentam também o importante efeito bifidogênico, ou seja, estimulam o crescimento intestinal das bifidobactérias, as quais, devido ao efeito antagonista já comentado, reduzem a atividade das bactérias putrefativas (Escherichia coli; Streptococus faecales; Proteus e outros).

Alimentos em que os FOS são naturalmente encontrados são: cebola (alimento rico em FOS); alho; tomate; aspargos; alcachofra; banana; cevada; centeio; aveia; trigo; mel e cerveja.

Fonte: Cristina Garcia Lopes - nutricionista formada pela Universidade Federal de Viçosa - http://www.acessa.com/

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